Vespa eletrica a evolução de um mito com 70 anos
A marca de scooters mais conhecida do mundo vai apostar nas energias renováveis. A Vespa vai lançar uma scooter totalmente elétrica que começará a ser produzida e vendida no segundo semestre de 2017.
O anuncio desta nova Vespa Elettrica, foi feito pela Piaggio, no recente salão de Milão EICMA, onde o modelo foi apresentado. Trata-se de uma aposta da marca italiana que assenta numa estrutura de metal rígido e terá alguns detalhes em azul elétrico.
Em comunicado, a Piaggio adianta apenas que “o estilo, agilidade e prazer de condução será o mesmo que sempre conhecemos da Vespa, com a adição de tecnologia e conetividade”.
Segundo a companhia, a Vespa Elettrica será, acima de tudo, uma verdadeira Vespa, levando a mais recente tecnologia elétrica para um veículo que irá reter todas as características que o tornaram num sucesso. Uma combinação perfeita de emoção, tecnologia e preocupação ambiental que só a Vespa poderia criar.
Recorde-se que este objecto de culto que é hoje a Vespa nasceu numa altura em que a Europa a emergia do sangrento conflito da II Guerra Mundial, 23 de Abril de 1946 ficou marcado como o dia em que nasceu um maiores mitos do Século XX: uma simples moto a que deram o nome de Vespa, por a sua estranha forma se parecer com a daquele insecto.
Enrico Piaggio, dono do conglomerado industrial Piaggio, produtor de embarcações, submarinos, comboios e outra maquinária pesada, necessitava de levantar dos escombros a suas fábricas, pelo que teve o génio de vislumbrar na moto um produto que pudesse ser produzido em grande escala. A scooter, conceito de moto económica, ideal para cidade ou para trajectos curtos fora dela, perfilava-se como o veículo de duas rodas para uma Itália a recuperar de uma desgastante II Guerra Mundial.
Depois de um protótipo inicial, denominado MP5, cujo desenho não agradou, Piaggio entregou a responsabilidade de redesenhar a scooter a Corradino D’Escanio, engenheiro aeronáutico que inventou o helicóptero e que definiria a moto por si desenhada (MP6) como «um sonho de um veículo moderno, dotado da popularidade da bicicleta, as prestações de uma moto, a elegância e a comodidade de um automóvel, fez-se finalmente realidade».
Estava encontrado o nome de um dos maiores ícones do Século XX. Sem tempo a perder, a Piaggio rapidamente iniciou a produção da Vespa que, de imediato, teve grande aceitação junto do público. Com algumas soluções inspiradas na aeronáutica, a Vespa surge como um veículo bem construído, o que não impediu que os técnicos da Piaggio a melhorassem sucessivamente. Em 1953, a produção atingia as 500 mil unidades, número que duplicaria em 1956 (dez anos depois de ter sido iniciada a produção). Para satisfazer a elevada procura, a Vespa chegou a ser produzida em Espanha (MotoVespa), em França (Vespa ACMA), Inglaterra (Vespa Douglas), Alemanha (Hoffman) e Brasil. Para além de ser um meio de transporte revolucionário, a Vespa distinguiu-se também nas suas estratégias publicitá- rias, percursoras do marketing moderno.
As campanhas publicitárias baseavam-se em situações clássicas que demonstram a utilidade da Vespa, um estilo de vida que permitia desfrutar melhor o próprio produto. Desde a primeira hora que o elemento feminino é parte integrante do património genético da Vespa. Muitas mulheres aprenderam a conduzir nesta scooter, estando a sua imagem associada a uma certa emancipação feminina.
A imagem feminina da Vespa está também associada, daí a sua utilização nas muitas campanhas. São disso exemplo os calendários, cuja primeira publicação deu-se em 1953 (e que hoje é autêntico objecto de culto para coleccionadores), que rapidamente se tornaram num sucesso, com as mais belas estrelas do cinema e da televisão a competirem para posar para os calendários da marca. A condução de uma Vespa é fiável, funcional e económica. A Vespa, com 70 anos de idade é hoje muito mais que um transporte… é divertimento.
0 comments