A Vespa mais antiga do mundo vai a leilão
Reconhecida como um dos símbolos do pós-guerra, e imortalizada em filmes de culto como “Férias em Roma”, com Audrey Hepburn e Gregory Peck, a Vespa tornou-se num marco made in Italy que conquistou milhões de pessoas em todo o mundo. A “Número 3”, que representa um dos primeiros exemplares criados e atualmente a mais antiga existente, encontra-se até dia 28 de março em leilão na Catawiki, portal de leilões na Internet de mais rápido crescimento.
A sobrevivente “Número 3”, que pertenceu à série zero da marca, e a mais antiga desta série (1946), tem inscrita no chassis o número 1003 (a numeração tem inicio a partir de 1001).
Os registos da marca revelam que inicialmente foi apenas desenvolvido um lote com 60 exemplares, produzidos de forma manual, dos quais apenas três unidades ficaram intactas. Entre as três encontra-se a Vespa agora em leilão na Catawiki, que pelo número do chassis se torna na mais antiga de que há conhecimento. A produção das Vespas foi posteriormente industrializada, entre 1946 e 1948 com o desenvolvimento de 15.000 exemplares.
“A Vespa é um símbolo italiano em todo o mundo e o facto de o atual proprietário querer leiloar connosco o exemplar mais antigo existente, é um motivo de grande orgulho para toda a nossa equipa”, refere Alejandro Sánchez, Diretor-geral da Catawiki em Portugal.
Um culto do cinema italiano…
Ao longo das décadas a Vespa tornou-se num verdadeiro emblema made in Italy em todo o mundo, com a sua presença marcante e muitos filmes aclamados, a partir de 1953. Em “Férias em Roma”, realizado por Wiliam Wyler (1953), a icónica Vespa é conduzida por Gregory Peck, com a “princesa” de Audrey Hepburn, no centro histórico de Roma. Anos mais tarde, em “A Doce Vida” de Federico Fellini (1959), é Marcello Mastroianni que desempenha o papel de um jornalista especializado em histórias sensacionalistas, que passeia pela Via Veneto a bordo da sua Vespa para fotografar celebridades.
Como tudo começou…
No final da Segunda Guerra Mundial, Enrico Piaggio, o Diretor da empresa que na altura era especializada na produção de comboios e aviões, pediu a um dos seus engenheiros, Renzo Spolti, que produzisse uma nova motocicleta que pudesse ser utilizada por todos, como símbolo do renascimento da guerra. O resultado deste pedido deu origem à MP5 (motocicleta Piaggio #5), conhecida como o “Pato Donald”, e percursora da Vespa moderna, que contou com a produção de 100 cópias. No entanto, o projeto não convenceu Enrico Piaggio por completo.
Foi nesse sentido que o engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio foi selecionado para substituir Spolti, e acabando por ganhar o título de “pai do Vespa”. O caráter critico de D’Ascanio foi fundamental para a criação do objeto que se tornou num símbolo italiano em todo o mundo.
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