Será que ainda iremos ver novos motores de 2 tempos a injecção em motos de Todo Terreno ?
Parece ser que a Honda afinal está a investir no desenvolvimento de um novo motor a 2 tempos com injecção electrónica. Depois de se ter declarado há 10 anos atrás, precisamente em 2017 , uma empresa de 4 tempos, tendo parado inclusivamente com um dispendioso projecto chamado EXP-2, que traria ao mercado os primeiros motores a 2 tempos de injecção. No entanto os desenhos tecnológicos que aparecem nas novas patentes são mais adequados a motores industriais que motores para motos.
Outras marcas entretanto também investiram neste desenvolvimento tendo mesmo chegado a colocar no mercado motores e motos com injecção electrónica em motores a 2 tempos. É o caso por exemplo da OSSA que produziu uma moto de enduro com 300cc a 2 tempos e com injecção electrónica, mas devido a problemas financeiros acabou por ser vendida à Gas Gas que declarou entretanto falência e foi comprada pela Torrot… da Ossa não se sabe mais sobre o seu destino.
Mas para além do desenvolvimento tecnológico existem outras que questões que têm limitado a evolução dos motores a 2 tempos para motores com injecção electrónica. A potência é um deles pois os motores de injecção são menos potentes que os motores com carburador sendo que a única vantagem é a da melhor gestão do fluxo de mistura em todos os regimes e por isso também acabam por ser menos poluentes. No entanto em situações em que se necessita de um “empurrão” enérgico de potência, no cross por exemplo, os carburadores são muito mais eficientes a fornecer esse extra necessário de energia que a injecção electrónica.
Mas a injecção electrónica encarece o preço da moto para além de aumentar o seu peso… será que marcas como a KTM, a Yamaha, a Honda, a Husqvarna, a Beta e a TM estão disposta a colocar no mercado motos de cross e/ou enduro mais pesadas e mais caras ? quem dará o primeiro passo ?
A injecção electrónica já existe em alguns motores a 2 tempos, como nas scooters, em motos de trial, em motos de água e de neve. Mas os sistemas de injecção nestes casos apenas funcionam com ar limpo, pois a injecção apenas é feita após a válvula de escape fechar o que faz com que estes motores sejam menos poluentes. No entanto as motos de cross e enduro necessitam daquele “push” que este motores não proporcionam e só os carburadores conseguem fornecer.
Talvez por exigência do novo EUR-4 as marcas venham a ser obrigadas a evoluir nesse sentido mas para já não vemos grande empenho nesse desenvolvimento. De qualquer forma nada irá alterar a forma como pilotamos uma moto de TT nem as emoções que retiramos deste desporto. Apenas serão diferentes , certamente mais caras, ligeiramente mais pesadas mas também mais sofisticadas electronicamente. Será de facto uma vantagem ou uma evolução em relação à simplicidade de funcionamento e prestações que as actuais motos a 2 tempos oferecem ? Veremos…
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