Piaggio inova com sistema de comando de válvulas variável

By on 20 Setembro, 2023

A Piaggio registou uma nova patente para um comando de válvulas variável (VVT) para motores SOHC de menor porte, uma solução engenhosa que deve trazer um importante impulso à Vespa.

O atual motor HPE que se esconde sob as elegantes vestes da Vespa 300, gera apenas 23,8 cv com os seus 278 cc de cilindrada. Há por isso quem aponte de forma negativa a sua potência, quando outras scooters premium da sua categoria produzem entre 28 e 30 cv. Porém, com o novo controlo variável de válvulas, cuja patente foi solicitada pela Piaggio, essa lacuna deverá deixar de existir.

Válvulas variáveis para pequenos motores

Numa era marcada pela antecipação do desaparecimento do motor de combustão interna, o fabricante italiano Piaggio está a abrir novos caminhos no desenvolvimento de motores. Apesar da mudança contínua para a energia elétrica, a Piaggio está focada em melhorar a eficiência de motores pequenos e de baixo custo para scooters. A mais recente inovação da empresa é um sistema de comando de válvulas variável (VVT) projetado especificamente para esses motores.

O sistema VVT da Piaggio, descrito num pedido de patente, visa otimizar o tempo de admissão em motores monocilíndricos com o eixo de comando único à cabeça usado ​​em scooters. Dadas as margens de lucro estreitas neste segmento do mercado, o design enfatiza a simplicidade e a redução do número de componentes.

À primeira vista, o sistema SOHC VVT da Piaggio parece semelhante ao design “VVA” (Atuação de Válvula Variável) da Yamaha usado em várias motos. No entanto, existe uma diferença sutil mas crucial no sistema da Piaggio, diretamente relacionados com o balanceiro, ou balancim do motor. O balancim é a peça responsável pela transmissão do movimento do eixo de comando em direção às válvulas de admissão e para as válvulas de escape.

Ambos os sistemas da Piaggio empregam dois perfis para as saliências da came de admissão, que atuam num balanceiro bifurcado para controlar duas válvulas de admissão. Assim como o VVA da Yamaha, o sistema da Piaggio usa um pino para conectar ou desconectar o balanceiro, com um atuador para engatá-lo e uma mola para desengatá-lo quando não for necessário.

Mais eficiência com menos peças

A principal distinção reside no número de elementos no balancim. O sistema VVA da Yamaha apresenta duas partes: um balanceiro convencional e um elemento para lóbulos de comando de alta elevação e longa duração. Em contraste, o design da Piaggio incorpora três elementos no balancim, permitindo um controle mais abrangente sobre o tempo, a elevação e a duração das válvulas.

Esta inovação permite que o sistema Piaggio ajuste não apenas a elevação das válvulas, mas também o sincronismo, oferecendo uma vantagem distinta sobre o sistema da Yamaha, que só pode alternar entre os lóbulos das cames de baixa elevação e curta duração e lóbulos de alta elevação e longa duração. Com o design da Piaggio, o comando de válvulas de alta rotação pode ter tempos diferentes, melhorando o desempenho do motor em altas rotações.

A patente apresenta este sistema no motor da Vespa GTS 300, utilizado em vários modelos Piaggio, incluindo a Piaggio MP3. O compromisso da Piaggio em melhorar a eficiência dos seus motores de pequeno porte parece portante, definitivamente em marcha.

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