Pneus com câmara ou Tubeless ? Qual a melhor solução para motos Adventure
São sempre momentos algo desesperantes aqueles que vivemos quando constatamos que temos um furo na moto. A proporção do desespero sobe em função da dimensão e peso da moto, sobretudo se estamos em viagem e não temos descanso central nem ferramentas fundamentais para levar a cabo uma reparação. Pior ainda será se o pneu utilizar câmara de ar, pois obrigará a uma desmontagem completa do mesmo. Desmontar a roda, conseguir retirar a câmara de ar e substituí-la por uma nova pode ser uma intervenção penosa e praticamente impossível se não tivermos as ferramentas adequadas e a experiência necessária.
Num pneu tubeless tudo é mais fácil pois não é necessário desmontar a roda e nem sequer o pneu. É só localizar o ponto onde existe a fuga, normalmente provocada por um prego ou objecto perfurante, retirar o mesmo e colocar um “taco” de borracha e voltar a encher o pneu, processo que pode levar cerca de 30 minutos, máximo.
No entanto muitas motos Aventura, sobretudo as de menor cilindrada e por uma questão de contenção de custos, ainda vêm equipadas com jantes de raios e pneus de câmara. Isto porque as jantes raiadas, típicas de numa moto Aventureira, em versão tubeless, que se distinguem das normais por terem os raios colocados tangencialmente no aro da roda, na zona onde o pneu encosta à jante, são substancialmente mais caras.
Mas mesmo no caso de uma moto trazer de origem pneus com câmara e jantes de raios, existem formas de converter as mesmas e obter todas a s vantagens de de utilização de um pneu tubeless. Cada alternativa tem pros e contras e caberá a cada um eleger aquela que entenda mais adequada para o fim a que se destina considerando também o budget económico disponível.
A forma mais fácil e menos dispendiosa de converter jantes de raios em “tubeless” é selar o interior das mesmas na zona onde os raios entram no aro da jante com uma cola selante do tipo náutico ou até mesmo com silicone de alta resistência. O ideal é utilizar um selante do tipo flexível de forma que não quebre com a vibração e os impactos e deformação da jantes mantendo a estanquicidade do conjunto.
No sítio da válvula da câmara coloca-se uma válvula tubeless e em princípio obtém-se uma solução rápida e de custos contidos. È importante proceder a uma limpeza profunda do interior das jantes antes de aplicar o selante. É fundamental que o aro da roda tenha um rebordo suficientemente para assegurar o encosto do pneu uma vez cheio evitando qualquer fuga. Se o aro estiver degradado no seu interior ou o rebordo for demasiado pequeno haverá que encontrar uma solução alternativa.
A forma mais aconselhada é investir-se em rodas tubeless e esquecermos o risco que se correm com uma má adaptação. Neste caso o investimento será mais avultado e dependendo do tipo de jantes o custo poderá variar muitíssimo. Podemos sempre tentar novamente uma adaptação de jantes tubeless de uma outra moto compradas no mercado de usados mas aumentamos considerável mente o risco de no final não resultarem e os custos da adaptação não compensarem. Existem uma série de fabricantes de rodas que fornecem um modelo específico tubeless para um determinado modelo de moto e assim teremos garantia de que não existirão problemas com o investimento realizado. Neste caso pode inclusivamente pensar em por exemplo alterar a dimensão da roda dianteira para 19” ou 21” para que a sua moto possa ter melhor desempenho fora de estrada.
De qualquer forma não são recomendados pneus tubeless para uma utilização mais desportiva em Offroad, isto porque os pneus são submetidos a grandes deformações provenientes dos impactos naturalmente provocados em percursos de todo o terreno e porque também as pressões normalmente utilizadas em Offroad costumam ser mais baixas do que aquelas recomendadas para utilização de pneus tubeless no sentido de evitar fugas de pressão ou esvaziamento repentino provocado por um impacto mais forte.
A opção Bib Mousse é aquela mais conhecida nos praticantes de todo-o-terreno. São à prova de furos uma vez que são feitas de esponja mais ou menos densa e a maior ou menor densidade da espuma simula precisamente a pressão pretendida dentro do pneu. ( disponíveis de 8 a 13 psi ). Normalmente utilizadas na alta competição onde um furo pode condenar totalmente o desempenho do piloto e a sua classificação.
A sua instalação é complicada e obriga a um técnico habituado à mesma, são bastante dispendiosas custando tanto ou mais do que um pneu, podem sofrer desgaste durante uma utilização extrema e estão apenas desenhadas para serem utilizadas com pneus Michelin.
GoldenTyre G-Mousse é a alternativa às Bib Mousse da Michelin e existem também várias medidas para todo o tipo de pneus. Algumas versões das mousses da empresa de pneus italiana GoldenTyre têm a particularidade de serem perfuradas e segmentadas para simularem melhor o comportamento de um pneu de baixa pressão obtido com câmara de ar.
Recentemente a GoldenTyre lançou um novo sistema tubeless apelidado de FTS – Flite Tubeless System, que tem a particularidade de converter uma jante de raios normal numa jante tubeless. O sistema inclui uma câmara de grande espessura que é vulcanizada directamente no pneu, ainda no seu processo de fabrico, formando um elemento único pneu+câmara, permitindo rodar com pressões de apenas 10.2 psi ou 0.7. bar sem riscos de furar ou trilhar o pneu. No caso de um objecto perfurar a câmara interna a mesma pode ser reparada como se de um pneu tubeless se tratasse admitindo inclusivamente a utilização de produtos selantes. Tem também uma enorme vantagem no seu peso pois é substancialmente mais leve que um pneu normal com câmara de ar ou Mousse. Mais ainda evita o sobreaquecimento normalmente provocado pela fricção entre a mousse e o pneu.
Existem ainda as Tire Balls que como o nome indica são elementos esféricos individuais que substituem a câmara de ar . Normalmente são necessárias cerca de 35 Tireballs para preencher um pneu dianteiro e cerca de 25 para preencher o traseiro. Cada bola tem que ser cheia previamente com a pressão desejada.
A grande vantagem é a de ser totalmente à prova de furos pois se houver um dos elementos que for perfurado a pressão existe nos outros faz com que o espaço seja imediatamente preenchido. Permite rodar com pressões baixas mantendo a estabilidade dos pneus melhorando a tração. Tem um preço alto e podem-se desintegrar por atingirem temperaturas demasiado altas devido a fricção.
Já vimos soluções que utilizam bolas de ténis para o efeito mas não conhecemos o resultado .
Finalmente o sistema revolucionário TUbliss que consiste num anel de alta pressão ( entre 100 e 110 psi ) colocado em volta do aro que pressiona o mesmo de tal forma que não só o torna estanque e tubeless como também fixa o pneu ao mesmo, o que para aros que não têm essa funcionalidade acaba por compensar essa dificuldade técnica.
O Kit TUbliss vem completo e inclui instruções de montagem. É necessário cuidado na troca de pneus uma vez o sistema TUbliss instalado uma vez que é um sistema de alta pressão e se perfurado pode causar uma explosão inesperada. Permite reparação dos furos como se de pneus tubeless se tratassem. Permite rodar com pressões baixas sem que o pneu se mova no aro. A câmara de alta pressão TUbliss actua como atenuante nos impactos protegendo as jantes e tem um custo mais baixo por roda do que uma Mousse ou Tireballs. Apenas um senão, não existe para jantes de 17”.
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