Indústria: Consequências da escassez de semicondutores no mercado
Quem se interessa por informática já certamente deu conta da escassez de semicondutores que causa grandes preocupações de disponibilidade, provocando um aumento vertiginoso dos preços.
Por exemplo, a nova geração de placas gráficas viu os seus preços quase duplicarem em menos de seis meses… Só que os semicondutores são necessários para a produção de chips eletrónicos que podem ser encontrados em muitos produtos, desde smartphones até veículos, carros e motos. A situação muito preocupante já se refletiu de várias maneiras, com a Apple atrasando o lançamento do seu iPhone ou mesmo das consolas PS5 e Xbox Series. Mas essa falta de semicondutores, está agora a afetar muito o sector automóvel, por sua vez, também a produção de motos.
Porquê a escassez?
Essa carência se deve a vários parâmetros que foram somados na hora errada. Em primeiro lugar, está relacionada com a explosão da procura a todos os níveis, mas também com a crise sanitária que provocou o encerramento de fábricas e o abrandamento da produção. Só que o problema é muito mais profundo, já que até a fabricação de semicondutores está a ser interrompida pela seca que atingiu Taiwan nas últimas semanas.
Consequências visíveis
Na ausência desses componentes, os fabricantes vêm-se forçados a fazer escolhas difíceis. Há poucos dias, a Peugeot anunciou que estava a suspender a instalação dos seus painéis digitais no 308, a Jaguar Land Rover anunciou o fecho temporário de duas das suas três fábricas no Reino Unido, enquanto a Daimler acaba de colocar 20.000 funcionários em trabalho de curto prazo.
A longo prazo, devemos esperar ver os fabricantes de motos a passar por dificuldades semelhantes, especialmente porque as últimas gerações de motos estão hoje sobrecarregadas com componentes eletrónicos e computadores de bordo que permitem que toda a assistência eletrónica funcione, começando com os novos reguladores de velocidade adaptáveis ou telas TFT que estão a chegar em todas as motos, coloridas e em grandes formatos de 10 a 25 polegadas.
Uma crise que pode durar
Com sua assistência mais avançada, as motos também estão cada vez mais gananciosas em componentes eletrónicos, e embora a oferta seja invariavelmente reduzida, também os preços poderão subir nos próximos meses.
A situação da falta de chips eletrónicos pode estar para durar. A princípio calada sobre o assunto, a gigante Foxconn, que fornece entre outros a Apple, Google, HP ou Microsoft, declarou recentemente que também será obrigada a reduzir suas taxas. Mesmo quando as condições voltam ao ótimo, a criação de novas unidades de produção necessárias para compensar a acumulação de pedidos, levará tempo. As estimativas hoje mostram uma situação de escassez que deve durar pelo menos até 2022, ou mesmo 2023, especialmente se a falta de chips persistir… Fabricantes europeus como a holandesa ASML ou a francesa STMicroelectronics são as empresas que mais podem beneficiar com a falta de componentes eletrónicos vindos da Ásia.
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