Teste Voge 500 AC – A nova Naked Neo-Clássica de média cilindrada
Ensaio realizado por Alex Medina – Solomoto
A Voge continua a sua estratégia de mercado com a chegada da sua atrativa Naked Neo-Clássica 500 AC.
As marcas de origem asiático como a Voge, não podem basear a sua estratégia sobre argumentos do passado, à imagem do que temos visto realizarem muitas marcas europeias, pois a sua história é muito curta. Por isso tratam de seduzir pelo seu design, pela relação preço/qualidade e por tentarem entrar em novos segmentos de mercado embora já quase tudo tenha sido inventado.
A nova Voge 500 AC é uma moto de estilo neo-clássico com uma boa presença estética e atrativa. Uma naked de estilo roadster que combina com bom gosto elementos de estilo clássico com tecnologia e design de vanguarda.
Testámos a Voge 500 AC
Na realidade pouco ou nada podemos encontrar de novo já que são vários fabricantes asiáticos que tal como a Voge, que pertence ao gigantesco grupo da Loncin, que apostam por esta fórmula. O motor bicilíndrico de refrigeração líquida está fabricado pela Loncin, uma empresa capaz de fabricar mais de dois milhões e meio de motos por ano, três milhões de motores e 150.000 veículos de todo-o-terreno. A Loncin tem acordo com diferentes fabricantes europeus com história e tradição nas duas rodas tais como a BMW e a MV Agusta, pelo que esta versão “premium” foi uma agradável surpresa pela sua suavidade de resposta.
A sua configuração, no caso de esta cilindrada de 500cc, também a vemos em motos de fabricantes japoneses como é o caso da Honda com a sua CB500F, uma roadster de meio litro que é referência no seu segmento. O impacto deste tipo de motos no mercado europeu tem sido considerável e a título de exemplo, em França, considerando os 3 modelos de cilindrada de 500cc da marca Voge, conseguiram matricular em 2021 cerca de 500 unidades, realidade que pode ser considerada um feito já que a marca não tem passado nem imagem de mercado.
No caso da Voge 500 AC, que tem a versão R por base e agora já de acordo com a normativa Euro 5, a mesma incorpora uma série de melhoramentos de forma a tornar a sua condução mais suave, tendo o motor ganho em elasticidade e entrega de potência face a versão R. A verdade é que em matéria de sensações, desempenho e acabamentos está ao nível das suas rivais embora a partir das 7.000 rpm se notem algumas vibrações. No entanto a rodar nos regimes mais altos só mesmo em condução mais desportiva e ao limite.
Design e Equipamento da Voge 500 AC
Na estética neo-clássica da Voge 500 AC destaca-se o depósito de combustível com uma boa capacidade de 19 litros o que assegura uma excelente autonomia considerando um consumo médio de 4,5 litros aos 100 Kms. O assento é também de inspiração retro, com costuras à vista e de pele genuína. De dimensões generosas o assento tem uma forma particular que marca também a imagem desta Voge.
Alguns elementos contribuem para a estética cuidada da 500 AC e as tampas laterais são também novas e de efeito estético vintage. O radiador está bem integrado e monta uma quilha e um guarda lamas dianteiro recortado de inspiração custom.
Uma parte importante do seu impacto visual provém do facto de montar a matrícula sobre a roda deixando a traseira da moto limpa . Também se destaca a ponteira de escape em inox, em forma de mégafone, e o farol dianteiro full LED com múltiplos projectores que lhe dão um aspecto futurista, aspecto que contrasta com o resto do conjunto.
O painel de informação é do tipo TFT a cores, um argumento que joga a seu favor face à concorrência, e dispõe de toda a informação necessária, inclusivamente a informação sobre a pressão dos pneus ( inédito numa moto deste segmento ). Uma realidade que não só funciona com precisão ( testada ) como alerta os condutores para a possibilidade de estarem a rodar com pressões inadequadas pondo em risco a sua segurança.
A possibilidade de nos conectarmos via Bluetooth e a tomada USB são também pormenores que denotam que esta Voge 500 AC é uma moto bastante completa em termos de equipamento.
Ciclística de topo
No que respeita a suspensões a Voge 500 AC mota forquilhas invertidas da Kayaba sem possibilidade de regulação e na traseira um mono amortecedor da mesma marca montado na vertical através de bielas e pode ser ajustado em pré-carga de mola utilizando uma ferramenta específica para o efeito ( inacessível e pouco prático ).
Em termos de travagem encontramos duplo disco de 298mm na dianteira com pinças da Nissin, numa clara intenção de poder estar à altura ou mesmo superar a concorrência.
Motor suave e elástico
Em matéria do propulsor, como já referimos antes, monta um bicilíndrico paralelo de refrigeração líquida, com embraiagem deslizante e com um novo sistema de injecção da Bosch que garante um maior binário nos baixos e médios regimes. A entrega de potência é suave e e elástica e a moto revela um excelente tacto de caixa e embraiagem contribuindo para a sensação de facilidade e conforto na sua condução.
A rodar
O primeiro que notamos é o nível de informação disponível no painel TFT realidade que aumenta, pela sua boa leitura e visibilidade, o sentido prático da sua condução. Na parte traseira do painel encontra-se uma tomada USB para carregarmos qualquer dispositivo electrónico.
A posição de condução é bastante descontraída, com as penas pouco dobradas, com um guiador largo em alumínio e um assento que apesar do seu bom aspecto estético poderia melhorar em termos de conforto. As suspensões funcionam de forma progressiva contribuindo para o conforto geral do conjunto, compensando de certa forma a maior dureza do assento.
O tacto do motor é agradável e a sensação é de que esta versão, agora com homologação Euro 5, ganhou em suavidade e diminuiu em vibrações face às versões anteriores. A relação de caixa parece ser mais curta tornando a resposta mais rápida, viva e alegre. A partir das 2.500 nota-se um maior entrega de potência e podemos tirar partido da elasticidade deste motor rodando acima das 7.000 rpm, embora neste regimes se sintam já algumas vibrações pelo que recomendamos rodar de forma mais contida e agradável sem levar a moto ao limite.
Em termos de travagem a Voge 500 AC está ao nível das melhores, com um bom tacto de travão embora algo esponjoso de início, garantindo porém uma travagem potente assim que aumentas a pressão na manete de travão.
Os pneus que monta são Pirelli Angel GT, adequados para este tipo de motos assim que atingem a temperatura ideal, já que em tempo frio e húmido o desempenho da Voge 500 AC faz com que os pneus tardem algo mais a atingirem a temperatura ideal.
Em percursos de montanha com muitas curvas a condução é fácil e divertida sendo que os seus cerca de 200 Kg com depósito cheio garantem uma boa agilidade do conjunto. A geometria da direção é pouco agressiva dotando a 500 AC de uma enorme facilidade de condução e naturalidade de comportamento nas mais diversas situações, sendo uma moto completa e polivalente
Logicamente em auto-estrada a falta de proteção aerodinâmica faz-se notar embora mantenha a sensação de ser uma moto que se conduz com muito pouco esforço, fácil e agradecida.
Se forçamos a condução com uma atitude mais agressiva notamos algumas vibrações a rodar nos regimes mais altos e paralelamente iremos notar que estamos também limitados pelo roçar dos poisa-pés no asfalto, no entanto, em termos de desempenho desportivo constatamos que a Voge 500 AC está algo acima de algumas motos suas concorrentes.
Se rodares com pendura o mesmo goza de bastante espaço no assento e a posição das pernas não é demasiado dobrada. Paralelamente dispõe de asas laterais para que o mesmo se possa segurar e que se revelam muito úteis para mover a moto quando estamos parados.
Definitivamente a Voge 500 AC para além de uma boa presença estética e de um equipamento bastante completo, tem um bom desempenho dinâmico realidade que posiciona o conjunto a um bom nível face às suas rivais mais directas.
Comportamento
- em Cidade
Boa posição de condução mas compouca brécagem realidade que a penaliza nas manobras. O guiador está acima da maioria dos espelhos retrovisores dos carros.
- em Estrada
Boas sensações graças a um motor musculado e agradável e uma ciclística com bom desempenho. Entra bem em curva e a suua geometria garante estabilidade sem surpresas .
- em Auto-Estrada
Sem proteção aerodinâmica embora supere os 140 Kms/h. Vibrações começam a notar-se acima das 6.000 rpm. Espaço suficiente para o pendura com apoios laterais para se segurar.
O que gostámos e o que pode melhorar
Moto +
- Tacto do motor
- Caixa e embraiagem
- Estética bem conseguida
- Bom nível de equipamento
- Instrumentação
- Autonomia
Moto –
- Tacto do travão dianteiro
- Angulo de viragem limitado
A Voge 500 AC e as suas rivais
Ficha Técnica Voge 500 AC
Motor tipo: | 2 cil em paralelo 4T LC SOHC 8 V |
Diâmetro x curso: | 67 x 66’8 mm. |
Cilindrada: | 471 c.c. |
Potência máxima: | 46’9 CV às 8.500 rpm |
Par motor máximo: | 44’5 Nm às 7.000 rpm |
Alimentação: | Injeção electrónica Bosch |
Emissões de CO2: | Nd. |
Caixa: | 6 velocidades |
Embraiagem: | Multidisco em banho de óleo |
Transmissão secundária: | Corrente de O´rings |
Tipo chassi: | Tubular em aço |
Geometría de direção: | N d. |
Braço oscilante: | Duplo braço de alumínio. |
Suspensão dianteira: | Forquiha invertida Kayaba 41 mm., 128 mm de curso |
Suspensão traseira: | Monoamortecedor KYB com bielas, curso 57 mm. ajuste pré-carga |
Travão dianteiro: | Duplo disco de 298 mm. pinça Nissin 2 pistons, ABS |
Travão dianteiro: | 1 disco 240 mm. pinça Nissin um piston, ABS |
Pneus e rodas: | Pirelli Angel GT 120/70 x 17” / 160/60 x 17” |
Comprimento total: | 2.100 mm. |
Altura máxima: | Nd. |
Largura máxima: | Nd. |
Distância eixos: | 1.450 mm. |
Altura assento: | 790 mm. |
Depósito: | 19 litros |
Consumo médio: | 4’5 1 |
Autonomia teórica: | 400 km |
Garantia oficial: | 3 anos |
Importador: | Onetron Motos |
Contacto: | [email protected] |
Web: | vogespain.es |
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