Teste Kymco Super Dink 350i, Um motor surpreendente

By on 13 Outubro, 2020

texto de Pedro Alpiarça

 

Introdução

Uma marca que fez a sua primeira scooter em 1970 deve saber o que faz. A Kymco ganhou o seu espaço no nosso mercado, sem preconceitos na sua aposta e cheia de orgulho nos seus seguidores. Esta Super Dink 350i é um optimo exemplo dessa maturidade como marca. Uma scooter sem complexos, com muito para oferecer, e com capacidade de ombrear com os grandes. Rolámos com esta máquina num crescendo de surpresa, pela sua competência, estilo e honestidade.  

Imagem, Qualidade e Equipamento 

De imagem imponente, volumosa mas acutilante, os ângulos escolhidos para a esculpir dão-lhe a desportividade necessária para corresponder às suas prestações. Todos os pormenores exalam uma presença forte, desde o grande vidro frontal (não regulável) a terminar nos faróis duplos (Halogéneo com mínimos em led), nas carenagens com indicadores de direção imbutidos (em led, muito bem enquadrados), terminando na secção traseira, com uma estética fluida e moderna (perfeitamente contextual com as restantes linhas).

No painel de instrumentos, tudo bastante simples e prático, um velocímetro (em km/h e milhas, para aqueles que gostariam de ir a terras de sua majestade), um conta rotações e o computador de bordo com toda a informação necessária para nos facilitar a vida, odómetro, temperatura do motor, nível de combustível, voltagem da bateria, consumos (instantâneos e médias), e temperatura exterior. A interação com o mesmo é pouco segura, obrigando a retirar a mão do guiador para o operar.

Temos dois compartimentos (sem chave) para guardar pequenos objetos, sendo que num deles existe uma prática ficha USB para carregarmos o telemóvel. A boca do deposito de combustível encontra-se bem acessível, para não perdermos muito tempo antes de enfrentar a cidade.

Debaixo do assento, apenas um capacete integral e um aberto encontrarão o espaço necessário para se quedarem seguros, gostaríamos de um pouco mais de capacidade neste sentido, a competição consegue-o.

Luz de presença e o já habitual amortecedor, facilitam-nos a logística. 

 

Condução (motor, suspensões, travagem e ergonomia)

Neste capítulo, a Kymco Super Dink mostra-nos o seu pacote dinâmico com orgulho, na verdade, este é o seu Ex-libris, o que a faz brilhar perante a concorrência. Comecemos pela parte melhor. O seu motor de 320cc com 29cv, é fantástico na maneira como sobe de regime. Sabem quando estamos a meio punho numa scooter, e na incapacidade de “meter uma abaixo”, ficamos resignados ao marasmo que vem a seguir? Pois aqui, ao trancar acelerador, sentimos que aparece sempre mais qualquer coisa, é notório o ganho de aceleração neste bem esforçado motor. Estas recuperações permitem-nos fugir de situações de trânsito mais complicadas (a Kymco não é uma moto pequena, requer certezas nos azimutes tirados), permitem-nos velocidades de Auto-Estrada perfeitamente enquadradas com a faixa mais à esquerda. Em nenhuma altura notámos exagero nos consumos (médias a rondar os 4l/100km). 

As suspensões cumprem, sobretudo a dianteira, com uma boa leitura de piso garantido uma boa margem de confiança para as inserções em curva mais afoitas. Não adorámos a brusquidão do sistema traseiro, nos ressaltos mais pronunciados notou-se alguma falta de compostura (o propulsor desta moto coloca-nos facilmente em situações em que dependemos mais da fé do que da engenharia…), e em curvas de maior apoio o quadro brinda-nos com umas oscilações típicas de quem está a pedir demasiado ao conjunto.

Felizmente temos uma travagem potente, as suas pinças triplas a morderem o disco em pétala, oferecem-nos um total controlo sobre o dissipar da velocidade que ganhámos (já vos mencionámos o motor?). Não foram raras as vezes em que o ABS foi testado.

O surpreendente e generoso assento, na sua consistência e geometria,tem um fácil acesso ao solo, e nunca nos sentimos desconfortáveis e com falta de apoio. Em boa verdade, a ergonomia da Super Dink é excelente, com um casar perfeito entre postura desportiva e capacidade rolante.

 

Conclusão

Com um predicado simples, baseado na sua capacidade motriz, esta Kymco irá surpreender todos aqueles que a experimentarem. Tem postura de maxi-scooter, prestações de referência e uma qualidade de construção que não a envergonha em nada em relação ao resto do mercado.

Se pensarmos nos tempos conturbados em que vivemos, onde o gasto das deslocações citadinas (e o tempo associado às mesmas) preocupa o orçamento familiar, a Super Dink revela-se uma opção muito válida. Extremamente competitiva em relação às rivais, arriscamos dizer.

Os seus 5199€ são carregados de diversão, competência e estilo (porque não?), e revelam a inteligência daqueles que sabem o que querem sem olharem para o vizinho. Até porque provavelmente…só o vão ver nos espelhos.

 

Mais:

  • Capacidade Motriz
  • Estética 
  • Relação Preço-Qualidade

Menos:

  • Suspensão traseira
  • Espaço debaixo do assento

 

Concorrência

  • Yamaha Xmax 300 ( 5995€ ; 28cv ;  179kg  )

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Honda Forza 300 ( 5825€ ; 25,1cv ;  182kg )

 

 

  • SYM Cuisym 300 ( 5549€ ; 27,3cv ;  198kg ) 

 

 

 

Ficha técnica

  • Cilindrada (c.c.): 321
  • Motor-Ciclo: Monocilíndrico – 4 Tempos
  • Potência: 28,5 cv a 7500 rpm
  • Refrigeração: Líquida
  • Alimentação: Injecção Electrónica
  • Transmissão: Variador contínuo; Redutora em 2 etapas; Embraiagem Centrífuga Automática
  • Caixa de Velocidades: Automática
  • Suspensão Dianteira: Forqueta Hidráulica Telescópica
  • Suspensão Traseira: Duplo Amortecedor Hidráulico
  • Travão Dianteiro: Disco Ø 260 mm em pétala, pinças triplas
  • Travão Traseiro: Disco Ø 240 mm
  • Pneu Dianteiro: 120/80-14
  • Pneu Traseiro: 150/70-13
  • Dimensões: c x l x a (mm): 2250 x 780 x 1345
  • Distância entre Eixos (mm): 1553
  • Peso (kg): 192
  • Capacidade Depósito Combustível (L): 12.5

 

 

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