Honda Transalp Experience: Um pouco de tudo, com muito verde (Vídeo) | Evento

By on 16 Outubro, 2024

A convite da Honda, fomos até ao norte de Espanha, perto dos Pirenéus para colocar a Honda Transalp à prova em ambiente real e perceber se, efetivamente, esta moto tem a capacidade de fazer tudo, desde levar o seu proprietário a passear por estradas encadeadas com incursões fora de estrada, a ser mais civilizada e atravessar a cidade para nos colocar à porta do trabalho.

De origem

Este convite da Honda não foi para uma apresentação de uma nova Transalp, ou para testar a moto que já conhecemos, foi mais do que isso. Com esta iniciativa conjunta entre Portugal e Espanha, a marca nipónica tinha como propósito promover esta trail como uma moto versátil e capaz de sair da garagem a um fim de semana, regressando apenas com um banho tomado, estando assim pronta para ser a nossa moto diária no início da semana. Por essa mesma razão, a Honda deixou todas as motos totalmente de origem, à exceção de 4 unidades que tinham menos um dente no pinhão de ataque, de forma a podermos dar o feedback à marca sobre as sensações aos comandos de uma moto que sabemos que tem o motor mais talhado para circular a rotações maios elevadas, algo que, por exemplo, fora de estrada, pode não ser tão benéfico. Ainda assim, a maioria das motos estava exatamente como é entregue aos concessionários e isso foi um bom ponto de partida, de forma a perceber exatamente as capacidades desta XL750 Transalp.

Paraíso – com e sem asfalto

Sabíamos à priori que este “passeio” com a Transalp ia contar com três dias em cima da moto, partindo da Honda Motos Espanha até ao hotel no primeiro dia, com um segundo de passeio ao longo de várias horas e o terceiro com uma surpresa e também alguns quilómetros aos comandos da Transalp. Talvez o que não soubéssemos é que as paisagens nos iam impressionar tanto. Foram quilómetros e quilómetros de vistas fantásticas, desde pequenas localidades no norte do país vizinhos a cadeias montanhosas que se estendiam por longos quilómetros. Isto apenas no caminho para o hotel no primeiro dia. No dia seguinte, a história repetiu-se, mas com um acréscimo de qualidade visual, também pelas incursões fora de estrada, que permitem muitas vezes explorar locais e paisagens que não conseguimos ter acesso pelas convencionais estradas de alcatrão. Começámos por subir a montanha em direção aos Pirenéus por estradas asfaltadas com curvas a perder de vista, entre árvores e uma beleza impressionante, onde a Transalp brilhou, pela sua excelente posição de condução estradista e uma ciclística claramente focada no conforto e no desempenho em estrada. Ainda assim foi possível identificar logo nos primeiros quilómetros algumas debilidades no amortecedor traseiro – que foram mais evidentes no fora de estrada – sendo percetível que o foco no conforto retira disponibilidade para circular a ritmos mais elevados sem que este proteste da nossa condução. O assento demorou um pouco mais, mas percebemos também que a Honda sabe, garantidamente, fazer assentos que oferecem um pouco mais de conforto. Feitos quase 100 km de estradas de serra extremamente encadeada que nos levou a mais de 1000 m de altitude, era altura de entrar em caminhos mais acidentados e colocar à prova as capacidades da nova trail de média cilindrada da Honda.

As paisagens foram-se adensando na sua qualidade nas cores que entregavam aos nossos olhos, permitindo disfrutar ainda mais da moto e de um belo dia de sol – com algum frio. A escolha dos caminhos foi bastante acertada, com alguma gravilha solta, mas com bastante aderência para os pneus que equipam de série esta moto, apresentando uma dificuldade baixa para os mais experientes e certamente a estarem bastante acessíveis, mesmo aos que raramente colocam uma roda fora de estrada. E era mesmo esse o objetivo, pois sejamos realistas. São muitos os que compram uma moto trail por esta permitir ser mais despreocupado com as irregularidades do piso e com os locais por onde circulamos – muito à semelhança de um SUV. Subindo cerca de 1000m novamente, mas fora de estrada, foi dando para perceber como o bom comportamento da Transanlp em estrada se traduzia para o fora de estrada. Tendo já testado em diversas ocasiões esta moto, sabíamos mais ou menos como se iria comportar em terrenos que não asfalto, confirmando algumas limitações, principalmente ao nível do amortecedor traseiro e da posição em pé, mas a escolha dos caminhos foi extremamente bem feita por parte da Honda, permitindo explorar ao máximo esta moto, sem estar constantemente a ultrapassar o limite da mesma. Limite esse que estará provavelmente muito abaixo do que o utilizador comum desta moto pode alcançar. Assim, depois de sujar um pouco as rodas e o equipamento com o pó dos Pirenéus, regressámos ao asfalto em direção ao Hotel, para pernoitar e preparar mais um dia, desta feita a ver motos.

Trial GP em Ripoll

A Transalp subiu montanhas, passou em caminhos acidentados, mas os verdadeiros profissionais não esta esta moto para subir rochas e inclinações quase verticais. E falamos dos profissionais do Trial. Talvez algo negligenciado por vezes, mas que não deixa de impressionar (e muito) pela enorme dificuldade – algo que é ainda mais apreciado quando andamos de moto e vemos os pilotos de trial ao vivo, percebendo que provavelmente teríamos de viver duas vezes para fazer metade do que fazem. Quando falamos de desporto profissional o nível é sempre extremamente elevado, mas a verdade é que no Trial continua a ser Toni Bou a dominar toda a concorrência e com um apetite que parece ser infinito para conquistar mais títulos. Mas a Honda proporcionou-nos não só a assistência à prova, como também a possibilidade de falar um pouco com ambos os pilotos da Montesa HRC – Toni Bou e Gabriel Marcelli – e almoçar no hospitality da equipa onde fomos extremamente bem recebidos.

Veredito final

A experiência com a Honda Transalp foi isso mesmo, uma experiência de toda a envolvência, das paisagens do país vizinho, do Trial e da moto que já conhecíamos. No que diz respeito à moto, é uma trail mais focada para o asfalto do que para a aventura fora dele, mas passa em locais onde provavelmente não vamos querer colocar outra moto sem ser uma trail. Totalmente de origem esta trail de média cilindrada permite descobrir locais mais remotos e com acesso mais complicada, estando um pouco limitada pelas suspensões – principalmente pelo amortecedor traseiro – não deixando de proporcionar enorme diversão em estrada e fora dela. É efetivamente uma moto que podemos utilizar para diversos propósitos, sendo amigável na cidade, rebelde em estradas sinuosas e capaz o suficiente para sair de estrada e ultrapassar obstáculos. Podemos assim confirmar que o objetivo da Honda foi cumprido quando nos disseram querer provar que a moto podia dar uma grande volta de fim-de-semana e regressar à garagem lavada e pronta para nos levar ao trabalho no dia seguinte. Temos de dizer também que a toda a envolvência da experiência ajudou, mas as estrelas foram as motos presentes e os pilotos do Trial GP que nos brindaram com um esptáculo impressionante. Se nunca vos foi possível assistir a uma prova de trial, fica a recomendação – talvez para assistir ainda ao 40º título de Toni Bou?

Versão SP em breve

Apenas uma nota final para fazer saber que a Honda Portugal, em conjunto com a Honda Espanha, está a preparar uma versão especial da Honda XL750 Transalp à qual chamaram de SP, que virá equipada de série com alguns extras e também uma decoração única. Mecanicamente será igual à Transalp que já conhecemos, mas será exclusiva na sua decoração e nos que oferece de série.

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