Comportamentos: “Furar” o trânsito em segurança
Furar o trânsito, parado ou em marcha lenta, é uma das formas que pode permitir-lhe poupar tempo no seu trajeto matinal a caminho do trabalho. Mas será que o faz em segurança?
Esta é uma questão delicada. Em relação à legalidade desta manobra, vamos num próximo artigo abordar especificamente essa questão no nosso País… No Reino Unido sim, é legal ‘furar’ entre o trânsito. O Código da Estrada da Grâ-Bretanha diz : “Quando filtrar no tráfego lento, tenha cuidado e mantenha uma velocidade baixa”. E baixa, é baixa mesmo! Por cá, há muitos motociclistas que ‘furam’ o trânsito, mas também há muitos, mais previdentes e respeitosos… que não o fazem, aguardando pacientemente no final da fila de carros. É também uma questão de educação, e basta lembrarmos do que uns e outros fazem numa fila de portagem, a maioria fica na fila mas por vezes aparece do nada um ‘fura filas’ que nos finta a todos!
A VANTAGEM DA MOTO
Com o seu perfil estreito e ágil, a moto ou scooter é o veículo ideal para passar pelo trânsito parado ou lento. É verdade que a moto pode poupar horas de viagem numa longa tirada de auto-estrada. Mas não basta fazê-lo, é preciso fazer da forma mais segura e mais controlada.
COMO MELHORAR COMPORTAMENTOS
Se é verdade que ‘furar’ o trânsito permite poupar, também é verdade que não vale a pena poupar 20 minutos no seu trajeto a caminho do trabalho ou no regresso a casa, para acabar debaixo de um autocarro dali a 100 metros.
Ao chegar a um engarrafamento mantenha-se calmo, e sobretudo, não se sinta pressionado a filtrar a uma certa velocidade como o incrível Spider Man, ou sequer inspirado no último mensageiro de moto vivo em Londres que passa por si só numa roda. Tem de avaliar o risco; conhecer a largura da sua moto e só então tomar decisões.
ESTAR (SEMPRE) ALERTA!
Uma coisa que o ajuda a manter-se no bom caminho é falar consigo mesmo sobre o que se passa à sua frente. Fazer um comentário no capacete sobre o que está a acontecer à minha frente faz parar a sua mente de pensar no que vai fazer no fim-de-semana ou no que deveria ter dito e não disse na sua última reunião de trabalho. Concentra-o.
Por isso, fique de olho nos veículos que estão à sua frente e nas brechas à sua frente: pode ser apenas trânsito lento, pode haver um cruzamento pouco visível, um peão que atravessa subitamente, um ciclista ou um automóvel que gira subitamente de direção. O sinal sonoro da sua moto, luzes de aviso e piscas, devem estar prontos a entrar em ação na sua moto! E já sabe, se tem o azar de se envolver num cenário de acidente de moto, a culpa não morre solteira – é quase sempre atribuída ao motociclista!
Manter a velocidade baixa, não só lhe dá mais tempo para travar se um acontecimento inesperado que se desenrola à sua frente, mas também significa que os seus olhos ficam mais atentos. Manter a sua velocidade até cerca de 25 km/h é uma aposta bastante segura, mas deixa de o ser acima dos 50 km/h!
Assim, entre na velocidade certa, ‘furar’ em marcha lenta é uma boa ideia, ainda que venha outro motociclista aos gritos atrás de si!
TRAVAR COM O MOTOR
Com o motor numa mudança baixa, o efeito de travão-motor é aumentado. Se esclareceu todas as dúvidas e vai mesmo ‘furar’ o transito, a melhor maneira de o fazer é rápida e suavemente, com a moto já no ponto baixo da curva de binário. A última coisa de que precisa é de uma moto que se ‘desmanche’ ou que comece a disparar ao mínimo toque de acelerador – e aqui as scooters são perfeitas!
FAÇA COMO OS PILOTOS DE CAÇAS
Pode parecer um estado de alerta zen, mas é uma frase bem conhecida utilizada por pessoas que têm de tomar decisões de segundos, de vida ou morte a cada dois segundos – os pilotos de caças. Há uma famosa história sobre dois pilotos de caças da RAF que atingem uma gaivota a 500 mph. Isto não acaba bem para a gaivota ou para os motores do jacto, mas o que é interessante é o que os pilotos fazem após o ataque. Inicialmente não reagem, nas suas mentes uma reação é uma reação instintiva. Em vez disso, respondem, uma vez que uma resposta é uma resposta ponderada e pensada a uma situação, feita após ponderar as opções.
É certo que, na sua deslocação matinal, o tempo que tem para tomar estas decisões de fração de segundo é minúsculo, muito menor do que aqueles pilotos têm para descobrir onde aterrar, e o mesmo se pode dizer da condução. Uma reação mal pensada a um perigo poderá coloca-lo a sai à moto num problema, que ou não previu ou não teve em conta – uma resposta deve ser feita depois de avaliar uma ou duas vias de fuga para lhe salvar a vida.
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