Honda Fireblade Heritage – 14 Gerações que construíram a História de um Icon

By on 15 Junho, 2020

Onde tudo começou…

CBR900RR DE 1992

Com o objetivo de criar uma moto de elevadas performances que conseguisse derrotar a própria RVF750 (RC45) da Honda na prova das 8 horas de Suzuka, a Honda desenvolveu um modelo avançado que daria origem diretamente à CBR900RR FireBlade; este modelo estreou em 1992.

Para conseguir igualar as acelerações das principais motos desportivas da concorrência, a Honda aumentou o curso do seu motor de 4 cilindros em linha e aumentou a sua cilindrada de 750 para 893 cm³. Para complementar a fantástica potência deste motor, o peso a seco da moto era apenas 185 kg, com uma distância entre eixos de 1.405 mm e uma ciclística praticamente idêntica à do modelo avançado da fase de desenvolvimento. Tudo isto teve como resultado uma moto super-desportiva original e extremamente fácil de controlar, tanto que parecia “ler os pensamentos do piloto”.

Com o desenvolvimento da moto mais leve e compacta da sua classe, a Honda inaugurou assim a era das motos super-desportivas onde o que importava, mais que a potência pura, era a superior maneabilidade e controlo.

CBR900RR DE 1994 – 2ª Geração

Lançada dois anos após a primeira geração, a CBR900RR FireBlade de 1994 apresentava melhor eficiência ao nível do motor e da forquilha dianteira, sendo esta agora totalmente ajustável. Estas melhorias davam à Fireblade uma aderência superior e tornavam-na ainda mais atraente.

Elevando o design de baixo peso do modelo original ao nível seguinte, todas as partes da moto foram melhoradas. O suporte da carenagem superior mudou de aço para alumínio para reduzir o peso; as tampas das válvulas passaram de alumínio para magnésio.

O estilo da moto também sofreu uma alteração radical. As carenagens estavam agora à face com as linhas da moto e os dois faróis redondos e independentes do modelo original foram substituídos por unidades multirrefletoras tipo “Tiger” de formato irregular.

CBR900RR DE 1996 – 3ª Geração

Apesar de ter uma aparência semelhante, o quadro de dupla trave da CBR900RR de 1996 era agora mais leve e tinha maior rigidez. O novo depósito de combustível de formato revisto melhorava a posição de pilotagem e a maneabilidade, com uma nova carenagem traseira mais eficiente em termos de aerodinâmica.

O diâmetro dos cilindros aumentou 1 mm, o que fez subir a cilindrada de 893 para 918 cm³; um novo sensor da posição do acelerador no carburador ajudava a aumentar a potência máxima para 95 kW (129,1 CV).

Com um novo escape em aço inoxidável, um novo depósito e a eliminação da bomba de combustível, a CBR900RR de 1996 pesava 183 kg (1kg menos do que o modelo de primeira geração).

Principais Vitórias em Competição

2 vitórias em provas IOM TT

CBR900RR DE 1998 – 4ª Geração

Para reduzir o peso ao máximo, 80% dos componentes do modelo de 1996 foram redesenhadas para a CBR900RR de 1998, baixando o peso seco para 180 kg, o que permitiu melhorar as performances dinâmicas.

A estabilidade a alta velocidade foi melhorada graças a atualizações no chassis que incluíam um novo braço oscilante cónico, mais leve e totalmente revisto, pontos de pivot atualizados e aumento de potência para 97 kW (131,8 CV) graças a novas afinações no motor.

Principais Vitórias em Competição

1 vitória em provas IOM TT

CBR900RR/CBR929RR DE 2000 – 5ª Geração

Em 2000, a Fireblade foi totalmente redesenhada. Nesta geração, o modelo recebeu o sistema de injeção de combustível PGM-FI pela primeira vez e a cilindrada subiu para 929 cm³, o que provocou um novo máximo de potência, 110 kW (149,5 CV).

A parte ciclística e o quadro também eram novos. Os pontos de pivot do braço oscilante estavam fixos por uma chapa independente em forma de U, o que resultou num quadro do tipo “semi-pivot”. Isto permitiu otimizar a flexibilidade do quadro, conferindo à nova FireBlade uma estabilidade superior nas curvas e uma maneabilidade ainda mais leve.

O peso total da moto caiu para 170 kg, 15 kg mais leve que a moto original de 1992. Para isso contribuiu em parte a introdução de titânio no coletor de escape e numa parte do silenciador.

CBR900RR/CBR954RR DE 2002 – 6ª Geração

Em 2002, a Fireblade voltou a evoluir. A última a receber a designação CBR900RR, a moto de 2002 também foi a última FireBlade a ser desenhada por Tadao Baba, o criador por trás de todas as versões anteriores da moto super-desportiva de referência da Honda.

As revisões no motor incluíam a utilização de cavilhas e pistões mais leves, para além do aumento de 1mm no do diâmetro, agora para 75 mm. A cambota e o bloco do motor foram ambos redesenhados para reduzir a massa total do motor e baixar o seu atrito interno. Estas alterações aumentaram muito as capacidades de resposta e as performances do motor, cuja cilindrada agora aumentara 25 cm³ para 954 cm³ e debitava 113 kW (153,6 CV) de potência máxima.

Outras evoluções no design reduziram ainda mais o peso a seco, desta vez 2 kg, para apenas 168 kg.

Apesar de debitar mais potência que nunca, o modelo de 2002 manteve-se fiel ao conceito de design original. Com a sua maneabilidade superior e dimensões fáceis de controlar, a CBR900RR de 2002 foi elogiada por reter os melhores aspetos do modelo de primeira geração, mas com uma vantagem extra.

Como demonstração de respeito e em homenagem a Tadao Baba, a letra “B” maiúscula na palavra FireBlade foi oficialmente retirada em 2004. Todas as gerações futuras da moto super-desportivas de referência da Honda agora teriam o nome “Fireblade”

CBR1000RR de 2004 – 7ª Geração

O mundo das corridas influenciou muito o modelo da sétima geração. A CBR1000RR de 2004 não tinha apenas um novo nome, mas agora também apresentava uma suspensão traseira Pro-Link e um sistema de escape centralizado, entre outras tecnologias avançadas.

Concebida para participar no Campeonato Mundial de Superbikes e noutras corridas, o motor leve e compacto de 998 cm³ incorporava diversas tecnologias novas. O sistema de Injeção Programada Sequencial Dupla de Combustível (PGM-DSFI) apresentava dois injetores independentes por cilindro, o segundo dos quais era ativado quando o piloto abria o acelerador ¼ do seu curso a 3.000 rpm ou mais, o que resultava numa melhoria do débito de potência. O sistema de indução direta de ar ajudava o motor a oferecer respostas fantásticas e rápidas às ações do piloto sobre o acelerador a média e alta rotação.

Esta nova CBR1000RR rapidamente comprovou em pista todas as suas credenciais, vencendo três provas consecutivas logo na sua primeira temporada no Campeonato Mundial de Superbikes.

Principais Vitórias em Competição

10 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

2 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka– x2)

CBR1000RR de 2006 – 8ª Geração

Apesar de manter a estrutura básica da moto de 2004, o motor do modelo de 2006 apresentava aberturas de admissão a direito na cabeça do motor, com aberturas de escape ainda maiores. Os ajustes no formato e no comando das válvulas aumentaram a eficiência da combustão, da admissão e do escape, o que resultou num motor mais avançado e de binário mais forte a baixa e média rotação.

As melhorias na ciclística incluíram um aumento no diâmetro dos discos de travão dianteiros, 310 para 320 mm e a sua espessura reduzida de 5 para 4,5 mm. O travão traseiro apresentava uma nova pinça mais leve e compacta; estas alterações combinavam-se para aumentar o poder de travagem e reduzir o peso do veículo.

Principais Vitórias em Competição

1 Campeonato Mundial de SBK

12 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

1 vitória em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka)

4 vitórias em provas IOM TT

CBR1000RR de 2008 – 9ª Geração

A nona geração da CBR1000RR Fireblade foi concebida segundo o conceito de “A melhor super-desportiva”. Com a incorporação das tecnologias oriundas das motos de MotoGP vencedoras da Honda, este modelo apresentava um limitador de contra-binário adotado da RC212V, para além de uma embraiagem auxiliar deslizante que reduzia a carga na manete da embraiagem.

A nova componente ciclística viu acontecer uma redução na área de superfície da nova carenagem superior e a introdução de uma carenagem mais compacta.

A capacidade de condução muito fácil que era caraterística da Fireblade também foi melhorada, agora com rodas mais leves, pinças de travão monobloco e um novo silenciador mais curto e em posição mais rebaixada, o que contribuía para um design mais leve e compacto, com a máxima centralização das massas.

Em 2009, a CBR1000RR ABS apresentou o primeiro sistema ABS combinado de controlo eletrónico do mundo para uma moto super-desportiva. Para garantir que esta adição não comprometia a maneabilidade dinâmica excecional da moto, o sistema foi posicionado no centro do chassis de forma a reduzir o peso não suspenso e para promover ainda mais a filosofia de centralização de massas que a Honda continuava a defender.

Principais Vitórias em Competição

7 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

1 vitória em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka)

4 vitórias em provas IOM TT

CBR1000RR de 2010 – 10ª Geração

Apesar de ter por base o modelo de 2009, a décima geração da CBR1000RR foi refinada em todas as áreas.

Para atenuar as variações de binário em velocidade de cruzeiro, o diâmetro do volante magnético foi aumentado e o seu ponto de fixação na cambota foi tornado mais rígido. Isto resultou num aumento de 6,87% na massa inercial da cambota e das peças relacionadas.

Outras melhorias na CBR1000RR incluíram o uso de uma ventoinha com um motor elétrico mais pequeno, a redução na espessura da flange do coletor de escape e a alteração para alumínio do parafuso de vedação da cabeça do motor – tudo para reduzir o peso geral. A capacidade de controlo no funcionamento do acelerador também foi otimizada para melhorar a experiência de condução.

Principais Vitórias em Competição

6 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

2 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka)

5 vitórias em provas IOM TT

CBR1000RR de 2012 – 11ª Geração

Como forma de assinalar o 20º aniversário da CBR900RR original de 1992, a CBR1000RR de 2012 foi concebida com foco adicional na maneabilidade fácil.

A Fireblade alcançou assim um novo nível de maturidade a todos os níveis. As suspensões dianteira e traseira foram melhoradas. A suspensão traseira tinha um novo amortecedor Balance-Free (equilíbrio livre) que melhorava a consistência e aumentava o desempenho; este sistema era acompanhado pela nova forquilha dianteira do tipo Big Piston (êmbolo grande) que gerava forças de amortecimento mais suaves.

As afinações do motor de 1.000 cm³ foram revistas ao nível da injeção de combustível e apresentavam agora uma entrega de potência ainda mais suave e previsível, logo a partir do início da aceleração.

Principais Vitórias em Competição

3 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

2 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka)

5 vitórias em provas IOM TT

CBR1000RR de 2014 – 12ª Geração

Continuando a evolução do modelo de 2012, a CBR1000RR de 2014 foi atualizada para melhorar a potência e o desempenho da parte ciclística. O design das portas de admissão/escape foi modificado para aumentar a sua eficiência, as afinações da suspensão foram melhoradas e a moto agora apresentava uma transmissão de relação mais curta.

Ao modelo base da CBR1000RR juntou-se a versão SP, desenvolvida segundo o conceito “The Edge of CBR” (a derradeira CBR).Esta versão SP de banco único melhorava ainda mais a experiência de condução e estava equipada com suspensões Öhlins à frente e atrás, pinças de travão Brembo dianteiras, pneus Pirelli de alta aderência, base mais leve para o banco e uma bacquet traseira especificamente concebida para reduzir o peso.

Principais Vitórias em Competição

5 vitórias no Campeonato de Mundial de SBK

2 vitórias em provas IOM TT

3 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (8 horas de Suzuka e Oschersleben – x2)

CBR1000RR de 2017 – 13ª Geração

A CBR1000RR Fireblade de 2017 elevou o conceito “Total Control” (Controlo Total) ao próximo nível. Sendo a Fireblade mais leve de todos os tempos, o seu design permitia uma maneabilidade ainda mais fácil e ágil, graças à exaustiva redução de peso e centralização das massas e também do aumento da potência do seu motor.

Disponível em três versões – a CBR1000R apresentava suspensões Showa completas – a CBR1000R SP tinha um depósito em titânio, pinças dianteiras Brembo, suspensões Öhlins semi-ativas, uma bateria leve de iões de lítio e um sistema quickshifter de velocidades rápidas – e a versão topo-de-gama CBR1000RR SP2 era uma moto pronta para a competição, mas com homologação para a estrada e tinha a Fireblade SP como base.

Principais Vitórias em Competição

1 Campeonato do Mundo de Endurance da FIM

4 vitórias em provas do Campeonato do Mundo de Endurance da FIM (Le Mans, Oschersleben – x2, Bol d’Or)

CBR1000RR-R DE 2020 – 14ª Geração

Após 28 anos, o conceito da Fireblade foi reformulado. A experiência de condução e a maneabilidade suprema continuaram a ser os pontos principais, tal como a postura, equilíbrio e estabilidade, mas estes atributos encontram toda a sua expressão nas pistas de corrida. Como resultado, esta moto recebeu um “R” na sua nova designação – a CBR1000RR-R Fireblade.

Com níveis sem precedentes de performance e de controlo, o seu motor de quatro cilindros em linha – o mais potente motor tetracilíndrico em linha normalmente aspirado de produção em massa do mundo – tem por base a lendária eficiência de combustão da RC213V-S e nas tecnologias ­de baixo atrito, para além de ter as mesmas cotas internas.

Com um conjunto de sistemas eletrónicos de ponta, um escape Akrapovič em titânio concebido propositadamente para este modelo e alhetas aerodinâmicas inspiradas nos modelos de MotoGP, a CBR1000RR-R está disponível em versão base e versão SP; a versão SP tem pinças Brembo Stylema, uma bateria de iões de lítio e suspensões Öhlins de controlo eletrónico (S-EC – Smart Electronic Control) de segunda geração.

Com um design vencedor do prémio Red Dot e que reflete as motos de corrida do Campeonato do Mundo de Superbikes pilotadas por Leon Haslam e Álvaro Bautista, a CBR1000RR-R Fireblade de 2020 é uma moto verdadeiramente inspiradora e sofisticada.

Resumo do Palmarés de Competição da Fireblade

1 Campeonato do Mundo de SBK

43 vitórias em provas do campeonato de SBK

23 vitórias em provas IOM TT

1 Campeonato do Mundo de Endurance da FIM15 vitórias em provas do Campeonato

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments