‘Tolerância Zero’ no equipamento de moto
O uso da moto como mobilidade pessoal ou profissional, é permitido durante este período de desconfinamento, mas mais do que nunca, devemos minimizar os riscos nas nossas deslocações. Para isso, não esqueça que a segurança do seu equipamento de proteção deve estar comprovada cientificamente.
De acordo com os resultados colhidos no MAIDS (o estudo mais detalhado sobre acidentes de moto feito até agora), realizado durante 3 anos e que abrangeu um total de 921 acidentes em 5 países, os condutores que utilizam o equipamento de proteção adequado, sofrem menos lesões em caso de acidente.
De acordo com este estudo, chegou-se à seguinte conclusão sobre as causas dos acidentes:
– 2% de deterioração da estrada
– 2% das condições climáticas
– 0,3 por falhas da moto
– 88% pelo fator humano
Destes últimos, 37,5% dos acidentes foram devidos a falhas humanas na tomada de decisão e os 50,5% restantes aos condutores dos demais veículos na estrada.
Após analisar esses dados, observamos que uma alta percentagem de acidentes não depende do motociclista; portanto, devemos estar cientes de reduzir riscos e nos proteger adequadamente antes de entrar na moto, pois cerca de 80% dos motociclistas andam com deficiências no equipamento.
AS ZONAS MAIS VULNERÁVEIS DO CORPO
As partes mais vulneráveis de um motociclista e, portanto, as que devem ser melhor protegidas são: cabeça, costas, cotovelos, ombros, joelhos e pés. Quase todas as roupas técnicas atuais são projetadas com proteções incluídas para essas zonas do nosso corpo, e devem sempre ser aprovadas pela CE. Por isso, pode e deve sempre comprovar se o equipamento que está a adquiri possui a nomenclatura CE. Caso não a tenha, não compre!
Os cotovelos e ombros são protegidos com peças de espuma E.V.A. anatómicas, que se adaptam ergonomicamente, são muito leves e confortáveis para não atrapalhar os nossos movimentos ao andar de moto. São elementos altamente deformáveis, cuja função principal é absorver o atrito e evitar queimaduras. Em caso de queda, devem ser sempre substituídos por novos.
O EQUIPAMENTO ESSENCIAL
Nas calças técnicas para motos, as proteções estão no joelho e nas laterais dos quadris e coxas, as áreas mais expostas em caso de queda. No mercado, já existem muitos modelos de jeans com um estilo mais urbano e que incluem proteções de kevlar.
As luvas são o elemento de segurança mais importante, logo a seguir ao capacete. Em caso de queda, a nossa tendência natural é colocar as mãos para amortecer o primeiro impacto, de modo que o uso de boas luvas é essencial. As luvas devem proteger a área das articulações e da palma da mão, que são as duas áreas mais expostas a queimaduras: para isso, devem incluir uma fibra anatômica rígida ou estrutura de Kevlar.
Um elemento de proteção que está a ser usado cada vez mais é a parte das costas da luva na zona oposta à palma da mão, que não é mais que uma peça de proteção específica para circuitos, mas que agora surge incluída nas luvas de uso diário. Para escolher esta proteção, vamos olhar para o peso e design ergonómico, já que é inútil ter um protetor de costas da mão que protege muito, mas que não o usa por ser incómodo no uso diário.
O capacete é o elemento mais vital do equipamento de proteção. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os capacetes reduzem em 50% os ferimentos fatais na cabeça. A utilização do capacete é obrigatório nos Estados-Membros da UE. Encontrar um modelo com o tamanho certo, segurança e conforto ideais, é a chave para andar bem protegido nas suas deslocações diárias, assegurando-lhe uma experiência de condução mais tranquila, confortável e segura.
AO PORMENOR
1. CAPACETE. É o acessório mais importante. De preferência integral. A razão é simples: 45% dos acidentes acontecem nas áreas não abrangidas por capacetes abertos. Além disso, protege do vento, insetos e ruído. Deve ser rejeitado após uma queda e substituído depois de 5 anos de utilização.
2. CASACO. Em pele (melhor resistência abrasiva e menor ao vento) ou noutros materiais (mais adequados às diversas condições climatéricas), o casaco deve incluir sempre proteção nos ombros, costas e cotovelos. As mangas devem ser mais compridas, para evitarem o “subir” na posição de sentado e de braços esticados.
3. LUVAS. O elemento de segurança mais importante a seguir ao capacete – numa queda, é instintivo: as mãos vão logo ao chão. As luvas devem ultrapassar a manga do casaco, sem deixar os pulsos expostos. Especial atenção à zona da palma da mão, aquela que sofre maior impacto numa queda. Aqui, o material deve deixar escorregar ao contactar com o alcatrão.
4. CALÇAS. Ao deslizar no alcatrão, a ganga rasga em 0.4 segundos. Em pele ou material têxtil, devem incluir proteção “CE” nas ancas, joelhos e canelas. Experimente-as na moto ou simulando a posição de condução. Tal como no casaco, as pernas devem ficar mais compridas, para evitarem a exposição quando sentado na moto.
5. BOTAS. Devem oferecer, no mínimo, uma sola contra a torção, ser antiderrapantes e terem proteção para calcanhares, tornozelos e canelas. Devem fechar sempre acima das canelas, para que não saltem numa queda.
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