E agora o que vamos fazer ? talvez… entreter
Agora, neste período forçado mas obrigatório de recolhimento e quarentena, há que aproveitar e dedicarmos parte do nosso tempo a aquelas coisas que vamos sempre deixando para depois… e com a nossa mais querida ( sim, a outra, aquela que gera inveja e ciúme aí em casa ) parada na garagem a pedir atenção, nada melhor do que dedicarmos-lhe o tempo que ela merece, compensando-a de todos aqueles momentos extraordinários que no passado nos proporcionou sem que nós lhe déssemos o devido retorno. Assim, quando a coisa melhorar e os “bons dias” voltarem, ela estará pronta e reluzente para dar largas à nossa ânsia por liberdade.
E como a ida a um qualquer “Elefante Azul” pode ser problemática e arriscada, vamos antes proceder à higiene da nossa companheira em casa. Um espaço arejado no jardim seria o melhor mas na garagem desde que exista um ralo para escoar águas e sujidade também serve.
Lavar sem estragar…
Partimos do princípio que a moto está parada e com o motor frio, certo ? Água fria em cima de motor quente é desaconselhado já que o contraste de temperaturas pode fazer estalar algum componente do motor ( cárter … ).
Com a moto fria começamos por utilizar um produto desengordurante nas partes mais sujas da moto, tas como as jantes, a parte inferior do motor, a corrente e a zona do braços oscilantes onde a corrente circula ( Produto generalista: o desengordurante KH-7 que utilizamos em casa, inclusive na roupa, tem um bom desempenho na moto também e não é muito agressivo ). Deixamos actuar o desengordurante durante uns minutos enquanto passamos uma esponja com água e detergente próprio em toda a moto, deixando as partes onde colocámos desengordurante para o final.
Nas partes mais sujas, sobretudo naquelas em que colocámos o desengordurante, poderemos utilizar um pincel ou uma trincha velha, que podemos embeber no próprio desengordurante para ajudar a libertar a sujidade mais encrustrada. Cuidado não usar produtos demasiado agressivos ou concentrados pois podem manchar a pintura ou os metais.
Um dos elementos que há que dar especial atenção é à corrente de transmissão. Recomendamos utilizarem um produto específico para limpeza de correntes ou em alternativa gasóleo já que a gasolina é demasiado agressiva com os o’rings da corrente e acabará por deteriorar os mesmos fazendo com que a corrente perca a sua lubrificação interior mais rapidamente e sofra um deterioro precoce.
Depois de dar especial atenção às partes mais sujas voltamos a enxaguar com água e detergente toda a moto para logo de seguida fazer uma passagem de água apenas, para retirar todos solventes utilizados, sobretudo nas zonas que utilizámos desengordurantes.
Uma vez livre de toda a sujidade e passada por água há que secar a moto. Aqui recomenda-se vivamente a utilização de panos microfibras pois são menos agressivos que a tradicional camurça e igualmente absorventes. Claro que uma t-Shirt velha pode muito bem fazer o mesmo serviço mas com menos eficiência. Começar de cima para baixo, sobretudo nas partes pintadas e cromados da vossa moto. Motor e restantes elementos deixar para o final. Se tiverem ar comprimido de um eventual compressor ,podem e devem utilizar a pistola de ar para secar as partes por exemplo do motor onde á mais difícil ou impossível de chegar com um pano.
Agora o acabamento…
Uma vez terminado o trabalho de limpeza e secagem há que passar proteger o investimento realizado não só na moto como no tempo que estivemos a cuidar da mesma. É que uma boa proteção após lavagem permite não só manter por mais tempo a moto livre de sujidade, garantindo inclusivamente que a mesma está protegida contra corrosão, como facilita enormemente uma próxima lavagem, já que a película de um eventual produto protector que aplicamos não permite que a sujidade se volte a encrostar com tanta facilidade. Se habitam perto da costa e do mar, esta fase é mesmo crucial para garantir o bom aspecto de todos os componentes metálicos da vossa moto ( sobretudo os cromados ).
Existem vários produtos para o efeito no mercado ( ex. de um generalista WD40 ) e apenas há que ter cuidado em não “lubrificar” os discos nem as pastilhas de travão, para limpeza deste existem também produtos específicos. A corrente deverá ser um dos elementos soprados com ar comprimido para a libertar de toda a água e humidade e poder ser então lubrificada com um produto específico, normalmente viscoso, de forma a manter maior aderência á mesma. Em tempo de chuva e para quem ande diariamente de moto a lubrificação semanal da corrente e o ajuste eventual da mesma é fundamental para garantir a sua longevidade ( e a do pinhão de ataque e da cremalheira ) assim como o seu correcto funcionamento.
Outras partes móveis deverão ser também lubrificadas, tipo manetes de travão e embraiagem, eixos das rodas e do braço oscilante assim como bielas ou pontos de fixação do amortecedor traseiro. Finalmente, e como não sabemos quanto tempo teremos de estar em quarentena, poderemos resguardar a nossa fiel companheira protegendo o tempo que acabámos de investir na mesma, colocando-lhe uma capa que a proteja do pó e da poluição. Deveremos assegurar-nos que a moto está totalmente seca para evitar condensação e humidade debaixo da capa ( normalmente de material plástico). Se a arrancarmos no final e deixarmos aquecer o motor durante uns minutos, esta será uma excelente forma de garantir que a mesma secará mais rapidamente.
Deixamos um última recomendação em relação à manutenção da carga da bateria. Nada mais frustrante do que, num momento determinado, decidirmos utilizar a moto e a mesma não arrancar por ter a carga da bateria em baixo. Existem aparelhos específicos para assegurar a manutenção da carga máxima da bateria e assim não terão surpresas.
Boa quarentena para todos… Certos que melhores dias virão.
AQUI poderão encontrar várias referências de produtos de limpeza para vossa moto que poderão encomendar on-line .
Distribuidor da Muc-Off www.vicma.es
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