Ensaio BMW S 1000R de 2017 – Super Hypernaked

By on 7 Agosto, 2017

Já tínhamos ensaiado há uns meses atrás  a versão mais desportiva da BMW 1000, a RR e depois de constatarmos a sua enorme sofisticação e desempenho, tínhamos alguma curiosidade em conhecer a sua versão naked, actualizada este ano depois de  apresentada há três anos atrás. Decidimos convidar para este ensaio e tendo em conta as características desta moto, o piloto português Miguel Franco de Sousa que se sagrou Campeão Nacional o ano passado no CNV no Troféu ZCup e no qual participa novamente este ano com uma das novíssimas Z900.

A BMW S 1000R de 2017  traz de origem um escape especial desenhado pela Akrapovic, realidade que lhe confere um aumento de potência de cerca de 5CV, passando a ter 165CV, longe dos 199CV da versão RR mas  agora compatível com o novo standard de restrição de emissões  Euro 4.

Muitas vezes nos questionamos se fará sentido andarmos no dia a dia com uma moto com 200CV, numa posição agressiva , que convida a rodar acima dos 200… “pode-se … mas é proibido” como dizia o professor. Ainda assim a Hypernaked S 1000R da BMW é uma moto muito rápida, com um motor cheio de binário, com uma posição cómoda e chegada à frente, com um guiador largo tipo supermotard, ao mesmo tempo a pedir uma pilotagem agressiva mas suficientemente flexível para facilitar uma condução tranquila e suave no dia a dia.

Uma das alterações que constatamos de imediato em relação à versão anterior é precisamente o quadro, herdado directamente da versão mais desportiva a RR e que é agora mais leve, realidade que faz  precisamente  que a moto seja agora cerca de  2 kg mais leve que a anterior. A electrónica é também  semelhante e herdada da versão RR com uma centralina BOSCH IMU, o que quer dizer que entre outras funções inclui agora o ABS em curva e o sensor que regula o controle de tração em função da inclinação da moto também.

Incluído na moto este ano como standard é também o pack da BMW Gear Shift Assist Pro, um sistema bi-direcional de “quickshift” que funciona na perfeição e compensa largamente a não utilização da embraiagem, que por sinal achei algo dura, sendo que o seu acionamento é por cabo. No pára arranca em cidade há que ter mãos de aço já que o “quickshift” só se tira partido  em andamento.

A BMW trabalhou exaustivamente na admissão da S 1000R para a tornar compatível com o standard Euro 4, realidade que foi também conseguida através da inclusão do novo escape Akrapovic, fornecendo um acréscimo de potência e tornando a S 1000R numa das mais rápidas Hypernaked do mercado.

Na versão standard a electrónica inclui três modos de motor. O Road para condições normais , o Rain para rodar em dias de chuva e de piso escorregadio e o Dynamic para uma condução mais desportiva e /ou TrackDays. Rodei quase sempre em modo Road, que permitia uma condução suave e com ajuste electrónico das suspensões acertada, confortável mas eficiente. Experimentámos o modo Dynamic e não se justifica, pois torna a suspensão rígida e a aceleração mais brusca. Já a posição Rain enrola o motor no início da aceleração dando-lhe algo mais de progressividade, realidade que será útil de facto em dias de chuva mas que tira carácter à S1000R. Uma das funções que também está incluída, com regulação também no punho esquerdo, é o “Cruise Control” realidade que numa moto deste tipo não sei se será de muita utilidade…mas está lá e funciona na perfeição.

Uma das opções que a BMW propõe é um pack chamado “Dynamic Pro” que permite ter acesso a novas funcionalidades e afinações da S 1000R , como por exemplo a nível da gestão da suspensão semi-activa que monta, tornando-a mais agressiva para utilização mais desportiva, permitindo inclusive a personalização do seu set-up assim como do controle de tração e do ABS.

Para além do já referido permite ainda activar a função “Launch Control” muito em voga no arranque da grelha de partida das competições de velocidade e também o limitador de velocidade no “Pit Lane” este último para evitar penalizações por excesso de velocidade.

Por tudo o que já referimos dá para perceber que a S1000R é uma moto cheia de atributos e com um carácter desportivo perfeitamente vincado, herdeira da sua irmã RR e com caráter suficiente para enfrentar qualquer outra Hypernaked que se queira bater com ela… os seus atributos vão-se revelando e apurando à medida que vamos ganhando confiança e vamos subindo o regime da sua utilização.

Num mercado tão disputado é difícil conseguir situar a S 1000R numa escala face à sua concorrência  e digamos que “out of the box” é do melhor que já experimentei este ano. Seria interessante fazer um mega comparativo entre aquelas que lutam entre si pela liderança neste tão competitivo segmento. A Yamaha MT10, a Aprilia TuonoV4 1100, a KTM SuperDuke… todas soberbas e de enorme sofisticação e desempenho desportivo. As opções e electrónica disponível colocam sem dúvida alguma a S 1000 R no topo desta lista.

FICHA TÉCNICA

 

Motor

Tipo Motor tetracilíndrico em linha, a 4 tempos com refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro em titânio, duas árvores de cames à cabeça
Diâmetro x curso 80 mm x 49.7 mm
Cilindrada 999 ccm
Potência máx. 165 cv (121 kW) às 11.000 rpm
Binário max. 114 Nm às 9,250 rpm
Taxa de compressão 12.1 : 1
Gestão do motor Injeção eletrónica
Controlo da emissão de gases Norma de emissões EU-4, silenciador em titânio de encaixe HP
Prestações / Consumo

Velocidade máxima mais de 200 km/h
Combustível Gasolina sem chumbo de 95-98 octanas (RON) (controlo de detonação; potência máx. obtida com combustível de 98 octanas RON)
Sistema elétrico

Alternador 406 W
Bateria 12 V/9 Ah, sem manutenção
Transmissão

Embraiagem Multidisco em banho de óleo, embraiagem deslizante, acionamento mecânico
Caixa de velocidades Seis velocidades com veio de sincronização, com engrenagem de dentes direitos
Transmissão secundária Corrente com relação 17/45
Ciclística / travões

Quadro Dupla trave em composto de alumínio com motor autoportante
Suspensão dianteira Upside-down telescopic fork Ø 46 mm, compression and rebound stage adjustable
Suspensão traseira Forquilha telescópica invertida com Ø 46 mm, afinação da expansão e compressão
Curso da suspensão dianteira / traseira 120 mm / 120 mm
Distância entre eixos 1,439 mm
Avanço 98.5 mm
Ângulo da coluna de direção 65.2°
Jantes Alumínio fundido
Jante dianteira 3.50 x 17”
Jante traseira 6.00 x 17”
Pneu dianteiro 120/70 ZR 17
Pneu traseiro 190/55 ZR 17
Travão dianteiro Dois discos flutuantes, pinças fixas radiais de quatro êmbolos, diâmetro de 320 mm, espessura de 5mm
Travão traseiro Disco simples, pinça flutuante de êmbolo único, diâmetro de 220 mm, espessura de 5 mm
ABS Race-ABS BMW Motorrad (parcial-integral), pode ser desligado
Dimensões / pesos

Comprimento 2,057 mm
Largura (com espelhos) 845 mm
Altura (sem espelhos) 1,228 mm
Altura do banco, peso sem carga 814 mm
Arco interior das pernas, peso sem carga 1,805 mm
Peso sem carga, com meios de funcionamento, depósito cheio 1) 1) 205 kg
Peso total permitido 407 kg
Carga máxima (com equipamento de série) 202 kg
Capacidade do depósito 17.5 l
Reserva aprox. 4 l


PVP   13.777,00 euros

PVP Base
                  13.777,84 €
ISV
                        268,82 €
 
 
Cor
 
Vermelho “Racing”, Preto “Storm” metal
N1G
 
 
Opcionais de Fábrica
 
182 – DTC
                                  –   €
227 – Pack Sport
                        985,00 €
235 – Pack Dynamic
                        985,00 €
 
 
Acessórios
Valor s/IVA
Vidro escuro
                        180,49 €
Proteção do motor Esquerdo
                           95,93 €
Proteção do motor Direito
                        124,80 €
 

 

Cores Disponíveis 2017

Catalano Grau

Light White & Racing Red and Blue

Racing Red & Blackstorm Metallic

 

Concorrência

Yamaha MT-10 / 998cc / 160CV / 210Kg / 13.895 euros

Kawasaki Z1000 / 1.043cc / 142CV / 220Kg / 13.390 euros

KTM Superduke GT / 1.301cc / 172CV / 205Kg / 19.721 euros

Aprilia Tuono V4 RR / 1.077cc / 175CV / n.d. Kg / 16.261 euros

*Agradecimento final ao piloto Miguel Franco de Sousa

Galeria de Fotos

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