Ensaio – Kawasaki ZX-10R Super Campeã

By on 4 Agosto, 2016

Ser Campeã já não é o suficiente para que uma moto possa ter um “defeso” descansado. Depois do título máximo no Campeonato Mundial de Superbikes pelas mãos de Jonathan Rea, e no Nacional com Tiago Magalhães, a Kawasaki decidiu apresentar uma ZX-10R profundamente alterada que em testes no circuito de Portimão, conseguiu baixar dois segundos face ao modelo anterior. Ficou a apenas um segundo do tempo de uma SSTK, dados tornados públicos pelo Project Leader do modelo. Além destes resultados do modelo de série, Tom Sykes foi o mais rápido em Jerez nos primeiros treinos deste ano. Prevê-se mais um bom ano para a marca.

Muito foi trabalhado para que a nova ZX-10R conseguisse chegar a estes nível de prestações. As remodelações atingiram toda a moto. O motor mantém os 200 cv, cumprindo já a norma Euro4, e na ciclística encontramos novas suspensões Showa, com um quadro revisto e braço oscilante mais longo. Além de mais prestações, os engenheiros da marca procuraram tornar a moto ainda mais utilizável. Para dar conhecer de perto esta nova superbike, a Multimoto, o importador nacional da Kawasaki, preparou um contacto no circuito do Estoril.

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Potência domável

Nas primeiras voltas, com uma pista ainda bastante húmida, a potência do quatro cilindros foi colocada no nível mais baixo do mapa, ou seja com apenas 60% do total de 200 cv. A electrónica da ZX-10R permite ter três níveis de potência, Full, Midlle e Low -100%, 80% e 60% respectivamente. Nas duas primeiras voltas agradeci a suavidade com que a resposta do motor apresentava, mesmo com apenas 120 cv sentia-se o controlo de tracção actuar à saída de algumas curvas, ainda bastante escorregadias. Mas ao fim de pouco tempo a vontade de provar o prato por completo era mais forte.

Uma rápida paragem nas boxes permitiu passar o motor para “full power”. A suavidade anterior deu lugar a uma força brutal, sem ser bruta. A última recordação que tenho aos comandos de uma ZX-10R vão para um teste de pneus em Jerez de La Frontera ainda com a versão anterior à última. A ZX-10R era uma moto muito física que necessitava determinação para colocar a frente no devido sítio, na entrada em curva e em especial nas acelerações.

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Electrónica de precisão

A versão de 2016 é muito diferente daquilo que nos recordávamos de uma “Ninja 1000”. Não se pode falar de facilidade, porque a força de 200 cv nunca é fácil de dirigir, mas a frente vai sem dificuldade para onde a apontamos, e a electrónica facilita-nos muito a vida no controlo da passagem da potência à pista. Nas condições que apanhámos e com uns pneus desportivos mas mais pensados para estrada, a roda traseira acabou por mostrar algumas dificuldades, mas sentimos toda a confiança para abusar do punho direito. É só deixar os circuitos electrónicos do S-KTRC fazerem os seus cálculos para nos empurrarem com o máximo de intensidade que a aderência permite. No modelo deste ano, a novidade é a introdução da IMU da Bosch, uma unidade de medição de inércia que analisa o movimento da moto em vários eixos e trabalha em conjunto com a gestão do motor e controlo de tracção para garantir a melhor resposta em eficácia e segurança. Ainda no campo da electrónica, a ZX-10R tem quick-shift, launch control e podemos definir a quantidade de efeito travão motor que desejarmos. Na travagem o ABS “inteligente” adapta a potência de travagem à entrada de curva para facilitar a colocação na trajectória certa.

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Prestações com controlo

As suspensões são outra das novidades, a mais importante na frente. O resultado do fino funcionamento da nova forquilha Showa Balance Free, é notório num pisar seguro e na boa comunicação do comportamento da roda dianteira. Atrás o amortecedor é também novo com um braço oscilante que cresceu 15,8 mm, dando uma melhor capacidade de tracção. Além de muito eficaz no controlo dos movimentos da ZX-10R, quer em aceleração como em travagem, estas novas suspensões procuram também um funcionamento mais suave para estrada, para oferecer mais conforto. A posição de condução, desportiva, não força demasiado os braços ou tronco, colocando-nos numa situação confortável e de perfeito controlo. A protecção aerodinâmica foi bem conseguida mesmo com o ecrã de série, o que faz desta desportiva uma companheira aceitável para deslocações mais longas em estrada.

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Ainda mais utilizável

A travagem é também totalmente nova, com um sistema de ABS inteligente, o KIBS. No que respeita aos elementos físicos que nos fazem parar o destaque vai todo para a fabulosas pinças monobloco M50 da Brembo, que agora actuam sobre discos de 330 mm.

Muito eficaz em pista, a ZX-10R prova que evoluiu no sentido certo e arrisca-se a ser novamente Campeã. É agora ainda mais fácil de pilotar e confortável torna-se ainda mais interessante para o uso em estrada. Existem três decorações, preto(18.490 €), verde KRT(18.680€) e a Winter Edition(19.450€).

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O Motor

O motor da ZX-10R foi totalmente refeito em 2011, procurando um grande equilíbrio entre a potência e o controlo da mesma. Este ano procura manter as mesmas premissas, mas oferece uma resposta mais forte nos baixos e médios regimes, para conseguir mais aceleração à saída das curvas. O binário máximo foi empurrado para uma rotação mais elevada, de forma a garantir uma resposta mais constante e dar mais confiança ao piloto na hora de abrir o acelerador. Está igualmente mais rápido a subir de regimes, graças a uma nova cambota com um momento de inércia 20% mais baixo, aumentando a rapidez de aceleração e desaceleração. A cabeça do motor foi um dos pontos onde houve um maior trabalho, com um desenho diferente nas condutas de admissão e escape e alteração nas válvulas. As árvores de cames tem novos perfis e os pistões são menos altos e mais leves 5g. Tudo isto permitiu cumprir a norma antipoluição Euro4 sem baixar dos 200 cv.
A forquilha dianteira é uma novidade absoluta. Desenvolvida em conjunto entre a equipa de WSBK e a Showa, a forquilha BFFF (Balance Free Front Fork), aposta num sistema de vasos comunicantes, com uma câmara de expansão externa, para garantir um funcionamento mais eficaz e constante. A câmara externa, visível na zona inferior da suspensão, está carregada com nitrogénio, gás que garante um pressão mais constante dentro da forquilha, evitando a possibilidade de haver cavitação o que resulta num funcionamento muito preciso do circuito hidráulico. Com circuitos independentes para a compressão e extensão, este sistema garante uma força de amortecimento consistente em todas as condições.

Cor: Cinza

Preço: € 18.490

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Mais informações emhttp://www.kawasaki.pt/pt/products

Concessionários: http://www.kawasaki.pt/pt/dealers

 

Texto: Marcos Leal

Fotos: Manuel Portugal

 

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